(Carta aberta sobre uma reflexão da palavra religião e o nazismo na comunidade heathen)
Por: Angélica Lavin
Traduzido por: Gudja Walþreiks Draka
Querido leitor:
Realmente é muito difícil escrever algo… e tratar de lhe dar uma forma coerente, mas sim, este é um ensaio no qual a explicação de um pensamento e um sentimento pode ser frustrante pelo simples fato de não darmos a entender por simples palavras. Assim, tenha paciência, já que este tema vasto e complexo que é este que escolhi, não é fácil de explicar: o direito de ter uma crença, uma religião.
Tema vasto e complexo é a religião. Tem dado lugar a tantas teses de psicologia e sociologia que é quase impossível ter todas em um só lugar; mas também é um dos mais apaixonantes que pode haver. E seguramente dirá Que raios é escrever sobre este tema?
Pergunta muito válida; Sou uma pessoa que como muitas, tem buscado uma espiritualidade e essa jornada tem dado tantas surpresas e tombos que me tem dado várias reflexões sobre o tema da liberdade de religião
Nasci em família católica, mas atualmente não pratico esta fé (além do que, já me excomungaram); minha busca me levou a conhecer muitas pessoas, ideias e lugares. Foi numa dessas viagens que conheci a minha fé atual: Heathen.
A razão deste escrito é que tenho aprendido (da mão dos clãs na Escandinávia) e refletido sobre quem pode praticar a religião, contrasta muito com o que dizem na América latina e Espanha; e sinceramente, muitos dos argumentos que dão sobre o "direito de praticar" são algo... fora de lugar (isso pra dizer de forma amável)
Bem, sobre tudo isto, o que é religião? Existem tantos estudos feitos por grandes pensadores que a forma mais fácil é começar pela etimologia mais básica que se tem encontrado, é: ação de unir fortemente com a ideia dos deuses. (isto data de um texto anterior a época de Cristo). Nos dias de hoje, vários países de descendência latina o põe como: conjunto de dogmas acerca da dividade, de sentimentos, veneração e temor acerca dela, de normas morais para a conduta individual e social e de práticas rituais, ´principalmente da oração e o sacrifício para lhes prestar culto. Isto hierarquizada e regida por um clero, e tem livros sagrados.
Vendo estas definições, vemos que há muitas diferenças. Os praticantes de outras correntes que não abraâmicas carecemos de: dogmas, hierarquia de clero, livros sagrados; como bem sabemos nós. Assim, grupos que utilizem coisas que sejam mais próximas da fá católica, e queira impor isso sobre nós... é um absurdo.
Quando me aproximei deste caminho, lá pelo ano 2010 na Dinamarca, o gothi Jens me deixou mhito claro: aqui não temos livros sagrados, já que nos tiram a liberdade e crescer como clã. é uma ideia maravilhosa, já que neste mundo nada é pedra, tudo é árvore; em outras palabvras; nada é estático, tudo muda, mas se conheces as tuas raizes, não importa como mudes, saberás bem quem és.
O maior problema que se estabelece com as definições é que; para ser uma religião legalmente reconhecida em países de língua latina, tem que se adaptar a segunda definição. Este inconveniente não é exclusivo, já que os países escandinavos têm a mesma problemática. Me contaram que lá houve muito ativismo e investigação para que a definição legal mudasse e assim se pode adotar o Ásatrú como religião aprovada pelo estado, e que pudesse entrar da forma mais íntegra; ou seja, sem corrupção de por coisas que não o são para que se encaixe na definição e assim se torne fácil de aprovar. Este é um caminho cômodo , mas não é um caminho correto, e se estamos aqui é por que cremos no correto, muitos dos asatruars da Escandinávia não compreendem o afã que existe em outros países de por que levem a palavra confissão ou igreja, sendo que essas sõ emprestadas da fé judaico-cristã.
Bem, sobre tudo isto, qual seria a definição de religião que nos ajude a avançar? muitos estudos concordam que é necessário ter uma cosmovisão sobre como está unido o mundo material ao espiritual. Levando isto em conta, uma visão mais próxima seria: toda cosmovisão que nos une a um ou mais deuses, criando laços de comunidade e identidade, que leva seu culto em seu circulo social onde dão cabo a seus ritos de transição é uma religião.
Um ponto muito importante em nosso caminho são os ancestrais e sua honra. Há certos grupos que creem que somos os únicos que honram aos ancestrais, mas esta prática está presente em grande parte das religiões pelo mundo, desde as mais antigas as mis atuais. Além de que, esses grupos dizem " quem não tem ancestrais de sangue não pode seguir este caminho.
Perguntei sobre o assunto e investiguei e estes são os resultados:
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O sangue é simplesmente sangue; os humanos compartilham mais de 99% de DNA entre eles. e cerca de 98% com orangutangos. Nos basearmos em um pequeno material genético (de onde vem a maioria das deformações) é um absurdo.
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Todas as criaturas têm valor universais, e honrar os ancestrais é honrar os que tem cumprido estes valores. O Gothi Jens disse "... se teu ancestral foi um violador de crianças e um assassino serial, não o honrarias, não o seguirias, busque alguém melhor, e trata de ser um ancestral melhor para a geração vindoura".
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Como se deu a evolução humana (segundo ultimas investigações) houve grande mistura entre diferentes hominídeos. e mais, se fizermos uma investigação genealógica de tua árvore familiar até dois séculos atrás, podes encontrar a centenas de ancestrais de várias partes do mundo; ; obviamente, se formos mais atrás , veremos que realmente houve um momento onde todos compartilhamos a maioria dos ancestrais. Querer apenas uns, por onde vieram ou como foram fisicamente nos faz seres incompletos que não compreendemos bem nosso passado familiar e por isso, nosso presente.
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Budismo, taoismo e xintoísmo são outras religiões onde a honra de seus ancestrais é um pilar fundamental, de certo nas duas ultimas, os ancestrais realmente excepcionais recebem um funeral distinto, onde elevam-se ao grau de deuses menores e que intercedem pelo clã ou comunidade ante os deuses maiores, e não é conhecido a budistas, taoistas ou xintoistas que digam: não podes praticar a fé por que não tens ancestrais orientais
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Os povos antigos não conheciam nada sobre "raça" ou "grupo étnico", estes são conceitos introduzidos no século XIX por conta da teoria de Charles Darwin. O que teus ancestrais conheciam bem era a sobrevivência, e logravam isso tendo o maior numero de filhos que pudessem; em outras palavras não se colocavam obstáculos na hora de unir novos membros a seus clãs ou comunidades, pois quanto mais pessoas, mas sobrevivência.para os clãs escandinavos que tive a honra de conhecer, dizer que honram os ancestrais discriminando por sangue, simplesmente não faz sentido em sua filosofia.
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Houve um grupo religioso que pôs muita importância em seu sangue? Claro, as religiões abraâmicas. A antiga lei judaica dizia que judeus apenas poderiam casar-se entre si, um dos primeiros concílios do Vaticano decidiu que cristãos só poderiam relacionar-se entre si; igual ao islã, na atualidade esta prática nestes grupos estão em desuso. Isto mostra que estão tomando costumes de religiões que elas dizem ser contrárias.
Vendo os pontos anteriores, muitos argumentam que procuram dar uma identidade cultural com base na correspondência genética de um grupo. O ponto é que a palavra "identidade" em sociologia é focada em recursos intangíveis de uma cultura; em outras palavras seus costumes. E a identidade de um indivíduo se baseia mais sobre os traços de caráter e habilidades em diferentes situações. Nós
construímos nossa identidade com o nosso conhecimento do passado,
usando-o no presente para dar um rosto para a sociedade a conhecer-nos
por nossos traços perpétuos: nossas ações e valores. Do gado morre, parentes morrem, você morre como você; Sei apenas uma coisa que nunca morre; fama que deixa um morto. Hávamál 77Está perfeito que você queira ter a identidade de grupo; o
mundo tem mudado dramaticamente nas últimas décadas e muitos temem a
perda da sua identidade antes da passagem da globalização total; identidade não é como você olha do lado de fora, mas o que você tem dentro.Vou sair um pouco do caminho e abrir um pequeno parêntese sobre as últimas pesquisas acerca do sentimento religioso. De
acordo com pesquisa realizada por Eliade, Koenig, Hamer (entre outros)
que optam por ser uma religião ou ateismo ser dominada pela bioquímica cerebral e pela sociedade. Desde
que os nossos cérebros liberam os produtos químicos necessários para
ter experiências espirituais e religiosas a diferentes estímulos. Isso explica por que alguns sentem mais afinidade com certos símbolos, idéias e práticas do que outros.Vou parafrasear Stephen A. McNallen: "... Eu só quero saber por que um
não-europeu iria seguir uma religião nativa Europeia, em vez de
religiões nativas inteiramente válidas e dignas de seus próprios
ancestrais."Bem,
vendo parágrafo da investigação científica, podemos concluir o
seguinte: Se você é das religiões nativas dignas não-europeu, mas o cérebro não criar a conexão bioquímica necessária para preencher a nossa
visão de mundo espiritual, portanto, não nos servem como uma religião
para seguir (embora
tenhamos tentado ler os manuscritos e fazer rituais) e se seguíssemos esses
caminhos (que são válidos e têm os seus seguidores, tanto dentro como
fora do país) seríamos hipócritas, como faríamos para a conveniência
antes de nossa própria busca de nossa espiritualidade e religião.Eu vi uma artigo da Internet que colocava a nossa paixão para ser asatruars como uma moda passageira; não devemos "usurpar" a religião nativa Europeia; e, em seguida, eles colocaram que "ninguém está incentivando não-negros
a usurpar religiões africanas nativas, ou ninguém está promovendo
não-asiáticos que buscam pertencem as nativas Religiões asiáticas".Pode ser uma moda passageira ou não. Mas
ainda haverá muitos que entendem desta forma, se ao longo dos anos de
estudo sério e busca espiritual
interna dizer "isto não é para mim" e procurar outro lugar, não há nada de errado com isso; acredito
que passou por muitos caminhos antes de chegar aqui, e como eu disse, ninca tinha me sentido tão bem e espiritualmente completo ecomo no Asatru. Eu
não sei onde eles obtem as suas fontes, porque se há pessoas que
promovem religiões nativas africanas fora da comunidade de ascendência
Africana (o Rastafari é um deles) e que se há pessoas que promovem
religiões nativas da Ásia, na verdade stem tido mais seguidores nas últimas duas décadas ou será que eles pensam que o budismo eo hinduísmo também são europeus?Não tenho nada contra um grupo que quer ser nacionalista, ele tem todo o direito de dizer quem entra e quem não; como é a sua organização, e como uma organização que deve haver coordenação e unidade do seu povo para trabalhar. Mas não têm o direito de atacar outros grupos que não seguem o caminho folkish. Eles não podem tirar o nosso direito de acreditar nos deuses e ser asatruars como tem sido visto em vários pontos anterioresO
que mostrou a história de todas as religiões que existiram e existirão é
que apenas um grupo tão grande não pode concordar com tudo o que é dito
e feito; somos indivíduos que formam um grupo e não vice-versa. Em todas as religiões sempre houve divergências de opinião e acabam em cismas de estilos diferentes, com um tronco comum.O engraçado é que, se lermos a história das religiões, veremos que os únicos excluídos eram outras pessoas monoteístas. Nulla salus extra Ecclesiam (há salvação fora da Igreja); esta
é uma doutrina católica que foi muito eusada para evitar que os
católicos se relacionassem com pessoas de outras religiões. A mesma doutrina deu pé para justificar a Inquisição que "procurou purificar a alma da Igreja"; principalmente matando todos que tiveram um ancestral não-católico.Eu sei que me demorei muito, mas ir para o próximo ponto que muitos a muitos dói ver ligado ao Asatru. Nazismo. Eu
digo que dói muito, porque a Dinamarca, Noruega e Suécia sofreu o
flagelo dos nazistas (não tão forte como a França ou a Polónia). O clã que estava na Dinamarca é guiado por um Gothi e Gydja, e eles já
disseram muitas vezes "Não há lugar para nazistas na nossa família." Eles
já são pessoas que passaram setenta anos de idade e eles viram com seus
próprios olhos e sentiram a invasão nazista aos seus países; Eles
se lembram com dor como famílias pereceram na defesa dos seus direitos,
como amigos por não pensar como Hitler estavam faltando, e sua família
foi fraccionado e sofreu por causa de uma idéia. Eles não querem passar por isso novamente.Eu sei que somos jovens demais para saber o que era o nazismo; nós
não lutamos na Segunda Guerra Mundial e não vivemos o inferno que era o
começo do século XX (e digo global, porque era uma época cheia de
guerras, crises e suicídios); por isso não podemos comentar muito como as pessoas que se viviam. Assim, tomo a liberdade de colocar o que eu disse sobre este ponto na Europa (principalmente escandinavos e alemães)
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Se não nos ajoelhamos diante dos deuses, muito menos vamos ajoelhar-se diante de um homem que se autodenomina líder supremo. Gydja Lene
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Mesmo
que eu não entendo como eles acham que uma filosofia econômica-política
que tende a ser guiado por uma pessoa e pelo totalitarismo pode ser combinada com o nosso caminho que vai para as liberdades individuais e seus ajustes para
a construção de uma sociedade melhor.
Gothi Jens.
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Eu
sou um alemão de pais alemães, mas mesmo assim eu preciso ter cuidado
com os neonazistas me atacando, por causa do fato de eu viver no México e
ser casado com uma mexicana; isso é um absurdo. Sian.
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Ao
deixar o seu país de origem para salvar sua vida, ver como ele é
destruído, saber de que seus compatriotas estão passando fome e
tudo ao capricho de Hitler e seu pequeno grupo; Eu ainda não entendo como algumas pessoas dizem que isso era bom. Elizabeth (alemão que fugiu para o México na Segunda Guerra Mundial, principalmente porque seu pai ajudou um amigo judeu)
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O nazismo foi um erro de minha nação, e o que nós alemães menos queremos é que se faça um erro da humanidade se mais países tomarem este caminho. Hamut.
Desejo que todos tenham a oportunidade de visitar esses países e ver as
lutas que se enfrentou para livrar do que esta doutrina que fez mais mal do
que muitas. Veja
os lugares em que executaram os que se opunham, consulte a biblioteca
vazia desde que todos os seus livros foram queimados por não ir com
"pensamento ariano", ver onde aldeias inteiras foram baleadas, sintam as ruínas dos edifícios onde foram preso por "não ser arianos". Apenas o vazio que você sente é indescritível e nunca quero repetir algo.Eu
sei que os nossos países estão atolados em caos e da desigualdade, e
como esta questão é tratada em nossas escolas dá a falsa impressão de
que é a única maneira de corrigir nossas situações, mas isso é um erro. Mesmo a maior floresta tem muitas maneiras de sair dela; É apenas uma questão de olhar para elas.Os países escandinavos são, hoje, fortes opositores do nazismo; em que a pluralidade, o direito de participar, o debate de ideias, o respeito pela individualidade são pilares da sociedade. Os
países escandinavos têm sofrido recentemente a partir das ações de um
neo-nazista era a Noruega em 2011, com os ataques em Oslo e Utoya. Brevik
que fez bombas e atacou várias pessoas em um golpe desarmado por de
apoiarem a diversidade cultural e os direitos individuais. Foi horrível, nojento, doloroso; Eu sei porque eu tive a infelicidade de visitar a amigos na época e que viveram essa tragédia; cada vez que eu me lembro do episódio me faz querer chorar e vomitar, e
não posso acreditar que há alguém que simpatiza com essas ideias.Como eu disse anteriormente, eles têm o direito de só deseja associar com os brancos e pessoas de uma mesma mente. Mas eles não têm o direito de tirar os nossos direitos aceitos em todo o mundo que são (em resumo):
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Nascer livres e iguais.
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Todos têm direito a igual proteção contra toda discriminação perpetrada.
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Ninguém
será sujeito a interferências na sua vida privada, familiar, domiciliar
ou correspondentes, nem a ataques à sua honra e reputação. Toda pessoa tem direito à proteção da lei contra tais interferências ou ataques.
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Toda pessoa tem direito a circular livremente e escolher sua residência..
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Homens
e mulheres, a partir da idade hábil têm direito, sem qualquer restrição
de raça, nacionalidade, religião ou sexualidade, de casar e constituir
família, e têm direito a igualdade de direitos em relação ao casamento,
durante o casamento e em caso de dissolução do casamento.
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Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a
liberdade de religião ou crença manifesta, individual e coletivamente,
em público ou em privado, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pelos
ritos.
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Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de não ser molestado por causa de suas
opiniões, de procurar, receber e transmitir informações e ideias por
quaisquer meios e independentemente de fronteiras.
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Toda pessoa tem direito à liberdade de reunião e associação pacíficas.
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Todo mundo tem o direito de participar do governo de seu país.
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Todo mundo tem o direito de participar livremente na vida cultural da
comunidade, de fruir as artes e de participar no progresso científico e
nos benefícios daí resultantes.
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Toda pessoa tem direito a uma ordem social e internacional em que os
direitos e as liberdades proclamados na presente Declaração possam ser
plenamente realizada.
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Toda a pessoa tem deveres para com a comunidade, na qual o livre e pleno desenvolvimento de sua personalidade. Nenhuma
disposição da presente Declaração pode ser interpretada como o
reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa de exercer qualquer
atividade ou praticar qualquer ato destinado à destruição de quaisquer
dos direitos e liberdades aqui estabelecidos.
Para concluir eu gostaria de terminar com uma reflexão de Gyðja Lene: As pessoas que só usam o sangue para ter uma identidade, têm um grande vazio que teme enfrentar
O máximo esplendor da humanidade é a nossa liberdade.
Original aqui